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sábado, 13 de junho de 2009

Antero de Quental e a decadência dos povos penilsulares

A análise global de Antero de Quental sobre a decadência dos povos peninsulares resume-se, segundo o seu discurso em 1871, em três pilares pecaminosos, castradores da liberdade e do génio do povo ibérico, que alicerçados num catolicismo cruel, teve o seu início no Concílio de Trento, nos finais do século XVI.
Esses três factores capitais foram; a transformação do catolicismo no concílio de Trento, o absolutismo politico com o fim das liberdades individuais e as conquistas guerreiras nas terras colonizadas. Entrelaçando esses três factores capitais, o pensamento, a política e o trabalho foram sendo destruídos, o primeiro pela opressão religiosa, o segundo pelo absolutismo monárquico e o terceiro pelas más orientações das economias nacionais.
Começando pela dissecação desse evento chamado, Concílio de Trento, onde a instituição igreja católica perversamente distorceu a visão do cristianismo, fazendo com que só os Papas pudessem fazer reformas, o voto das nações por cabeça foi alterado, deixou de ser universal e passou a ser representado maioritariamente por bispos e cardeais italianos esses sim, mais do que italianos eram romanos, que serviam o despotismo clerical de Roma, a titulo de exemplo, nesse concílio os votos de Portugal, Espanha, e França e dos estados alemães católicos nunca ultrapassaram os 60, enquanto os votos por parte dos cardeais e bispos italianos superavam os 180.
Também o conceito de pecado original foi introduzido, ficando dogmaticamente estabelecido que para castigar o homem na terra era necessário condena-lo no céu, sendo as vontades próprias do indivíduo aniquiladas e o direito á crítica sujeito a heresia. A idolatria, presente no dogma da eucaristia, sistematizado para levar ao controlo dos crentes e os afastar do paganismo, uma espécie de propaganda sub-reptícia para levar este sistema religioso a ser adorado e glorificado e jamais colocado em causa. Para que os crentes não se desviassem deste caminho do divino, foi introduzida a confissão, mas desta vez obrigatória, no 4.º Concílio de Latrão a confissão era opcional, e sua obrigatoriedade doravante fundamentava-se na impossibilidade da alma, por ela própria, não se poder comunicar com Deus, senão por intermédio de um padre. Daqui resultou que o indivíduo iria ter um director espiritual, um conselheiro religioso que o orientava e cimentava as suas convicções religiosas.
Estavam reunidas as condições para a criação de uma polícia romana, imposta aos governos dos países católicos, a inquisição foi redesenhada, baseando-se em pressupostos desumanos e coadjuvada pela delação que se tornaria numa virtude religiosa.
Os mandamentos emanados do concílio de Trento, embruteceu o povo, subjugou-o, retirando-lhe o seu poder inventivo, os demais diferentes como judeus, árabes e cristãos novos foram expulsos, paralisando assim a indústria e o comércio, e com poder inventivo arruinado a ciência sofre um duro golpe e entra em estagnação. Numas das perguntas de Antero de Quental no seu discurso foi; entre Newton, os Descartes, os Leibniz, os Lavoisier, qual era o nome de um cientista português ou espanhol que também tivesse feito obra no seio da ciência moderna. Insuando uma resposta, afirmou que a Europa culta, referindo-se aos países protestantes, evoluíram, enquanto os povos peninsulares entraram em decadência, pois a ciência é factor determinante no sustendo dos impérios.
O segundo factor capital, mencionado no discurso, foi o absolutismo monárquico, os reis dos países católicos influenciados pelo poder religioso, tornaram-se eles, também, uns seguidores e servidores da política católica romana. Cavalgaram em cruzadas de cariz religioso, sem qualquer interesse produtivo, tudo em nome de uma fé guerreira, exemplificando com a morte em Alcácer Quibir de D. Sebastião, a famosa armada invencível derrotada na tentativa disparatada da conquista da Inglaterra e a guerra dos trinta anos que por rivalidades religiosas quase levou ao aniquilamento da Alemanha.
Era aos governantes que incumbia a tarefa de regência económica de um povo, no entanto, o agricultor abandona a lavoura e torna-se soldado, outros vão em busca do sonho glorioso em terras ultramarinas, por outro lado o êxodo para as metrópoles faz aumentar as miséria e o vício. O abandono das terras, leva a que os preços dos cereais subam e passassem a ser importados do estrangeiro, a miséria espalha-se pelas ruas, mendigos procuram salvação nas casas fidalgas e conventos. A indústria paralisa, pois estava-se á espera do ouro das colónias que era suficiente para enriquecer a indústrias dos outros países, importava-se sedas, veludos, vidro, brocados, massas, panos, cereais, lãs e tecidos da Inglaterra, França, Holanda, estava-se a patrocinar a indústria estrangeira. O trabalhador vira mendigo e lacaio da fidalguia, mas essa vive no ócio, no prazer carnal e no desvario, Lisboa não passa de uma corja de mendigos, rufiões e fidalgos que ostentam riqueza, a decadência instala-se tranquilamente no império, sem obstáculos mas com podridão.
O último factor capital foram as conquistas guerreiras nas terras colonizadas, a expansão ultramarina devolveu um legado que subdesenvolveu a economia e a dignidade humana. Da escravatura não floresce um trabalho produtivo, a produtividade só é atingida através da liberdade dos trabalhadores, converter os povos nativos a uma fé religiosa tendo como castigo o poder torturador da Inquisição somente produz imoralidade e retrocesso económico. O ideal era unir as raças, unir interesses e sentimentos para dominar a violência dos povos nativos, porque as conquistas podem ser justas se forem civilizadoras, o que não aconteceu com os portugueses e espanhóis nas Américas.
Em contrapartida os países protestantes muito diferentes dos católicos, segundo Antero de Quental, solidificaram os seus impérios, a Inglaterra, a Holanda e os Estados Unidos, enquanto, os impérios peninsulares se desvaneceram vítimas dos seus próprios erros. Antero de Quental, diferenciou nitidamente a instituição Igreja católica do Cristianismo, dizendo que: «O cristianismo á sobretudo um sentimento: o catolicismo é sobretudo uma instituição. Um vive da fé e inspiração: o outro do dogma e da disciplina», apontando assim conforme mencionou nas sua frase final, o Cristianismo como a Revolução do mundo moderno.

Antero de Quental, com seu carácter forte de líder, transformou-se no mestre e mentor, inspirador e símbolo da Geração de 70, exprime a revolta e o inconformismo da sua geração perante uma situação social, política e cultural conservadora e retrógrada, fomentada por um romantismo que não conseguiu concretizar os ideais que defendera. A conclusão do seu discurso apelou para uma regeneração do espírito, defendendo uma transformação moral, social e política de Portugal, apontando a situação a que chegou Portugal e explicando quais os factores que levaram a essa degradação.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Flor de Lis na Eurovisão, a Essência da Portugalidade




É lindo !!!! mostramos a nossa diferença no meio do lixo dos rocks e pops que muitos mostraram, Portugal mostrou que tem uma língua própria, tem musica própria e genuína, que tem trajes próprios, não nos quisemos afirmar através do lixo anglo saxónico trazido pela globalização. Fomos únicos , fomos poesia, fomos cultura e tradição porque ainda continuamos a ser PORTUGUESES!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Os Chacais e a Emenda Platt

«A chamada Emenda Platt foi um dispositivo legal, inserido na Carta Constitucional de Cuba, que autorizava os Estados Unidos da América a intervir naquele país a qualquer momento em que interesses recíprocos de ambos os países fossem ameaçados. Desta forma, na prática, Cuba passou a ser um protetorado estado-unidense.»

«Em 1901 os cubanos foram persuadidos a incluir, em sua nova Constituição, uma Cláusula que garantia aos Estados Unidos o direito de intervenção em Cuba, sempre que os interesses dos primeiros estivessem ameaçados, mesmo após o término de sua ocupação militar.»

Fonte : http://pt.wikipedia.org/wiki/Emenda_Platt#A_Emenda_Platt

sexta-feira, 10 de abril de 2009

The Disclosure Project




Muito se tem falado e visto durante estes últimos anos sobre ovnis e extraterrestres, mas poucos conhecem o disclosure project ,( coisas destas não são noticias na televisão), uma organização sem fins lucrativos fundada por STEVEN GREER em 1993 .
Não tenho por hábito fazer grandes textos , deixarei neste caso, indicações para levar os interessados a pesquisar sobre o assunto, como referi , estes assuntos não passam nas TV e jornais, existe um encobrimento destas matérias, um tipo de censura meticulosa bem ao jeito das nossas democracias ocidentais , quando um assunto deste calibre não é debatido e difundido é porque esses poderosos não querem que o povo pense, pensar demais é anti sistema.

http://translate.google.pt/translate?hl=pt-PT&sl=en&u=http://www.disclosureproject.org/&ei=XB7fSZ2NK4-SsAbDp9TXCA&sa=X&oi=translate&resnum=1&ct=result&prev=/search%3Fq%3Ddisclosure%2Bproject%26hl%3Dpt-PT%26client%3Dfirefox-a%26rls%3Dorg.mozilla:pt-PT:official%26hs%3DYtY


http://www.youtube.com/watch?v=7DiTciq-cDw

terça-feira, 31 de março de 2009

Deus como crença individual

será Deus ser individual? pois só existe para os homens de fé, para aqueles que realmente o sentem. Existem porém, aqueles que acreditam na inexistência de Deus como um facto finito e inalterável. Como é possível diferenciar a existência de um ser? será que a fé no sagrado nos leva para além da ilusão? e onde encaixa o direito á dúvida?
Entendo que a universalidade da fé tem limites e que não passa do quintal das nossas casas.

Jerónino Corte Real , o naufrágio do império

O Naufrágio

A nau S. João, onde seguiam Manuel de Sousa Sepúlveda, Dona Lianor de Sá, sua mulher, e seus filhos, zarpava da índia e tinha como destino Portugal, no entanto, nos impetuosos mares do Cabo da Boa Esperança, a nau sofreu golpes de mar e vento vindo a naufragar. Sepúlveda e sua família conseguiram sobreviver, e já em terra firme, passando angústias e tormentos nas mãos dos Cafres (povo da África meridional), sucumbiram mortalmente, conforme descreve Camões nos Lusíadas.


Corte-Real, a essência do poeta, vida e influências

A vivência de Corte real foi factor determinante, ele escreveu a obra não só por motivos afectivos pois a sua esposa era prima de D. Leonor, mulher de Manuel de Sousa, mas também porque combateu na Índia portuguesa e principalmente na Batalha de Alcácer Quibir, onde foi feito prisioneiro. Factor determinante, a fatídica batalha em terras de Marrocos foi o começo de toda uma epopeia trágico marítima.
Descendente da família Corte real, navegadores que descobriram a Terra nova, como por exemplo; João Vaz Corte-Real, toda a sua nobreza e dignidade foi afectada e estavam reunidas os ingredientes para a obra prima que relata a derrocada do império que Camões tanto exaltou.